sábado, 29 de novembro de 2014

Minhas promessas não foram falsas, talvez precipitadas

Conhecer um novo lugar é se permitir entrar em novos mundos, de uma maneira poética e um tanto exagerada também é vislumbrar novas galáxias, tantas são as cores que saltam aos olhos e cheiros que despertam desejos, sons e tons que são capazes de fazer o cérebro entrar em transe durante os primeiros passos que adentram aquele espaço desconhecido.

Pode ser uma praia, uma montanha, um deserto, uma cachoeira, uma cidade histórica ou um simples bar. Desta vez foi um bar. Lugar pequeno, aconchegante, colorido, música bem baixinha, cardápio com textura, pizza saborosa, suco geladinho, café com conhaque e o melhor chantilly do mundo.

Por todos os lados pessoas. Nenhuma meramente parecida com a outra. Ou com outras pessoas de outros lugares. Um lugar único frequentado por pessoas únicas talvez? Ou não. Eu que sempre fui muito igual em todos os lugares iguais que sempre frequentei. Mas ali tudo era diferente. As conversas, os sorrisos, as vestes, os semblantes. Tudo, desde as paredes coloridas e com desenhos "psicodélicos" até os cães que certa hora da noite deram o ar da graça por entre as mesas do local, faziam me sentir em outro planeta. Não o meu. Não meu Planeta Terra tão conhecido. Eu estava em outra dimensão. E no meio de tudo aquilo que me era estranho eu também me senti estranho, diferente. Por alguns momentos deixei de ser igual.

Ao me voltar para a conversa despretensiosa que rolava na nossa mesa, ao focar aqueles  olhos  e aqueles sorrisos que brilhavam bem ali na minha frente, eu me sentia grato pelo simples fato de estar desfrutando da maior dádiva que a vida pode oferecer a uma alma cansada: a companhia sincera de bons amigos. Eu me sentia feliz sem motivo específico. Me sentia feliz por estar partilhando de um momento em que os bons sentimentos eram partilhados sem medida e sem restrição. Tudo naquele instante cheirava a café recém passado com uma pitada de canela e uma dose exagerada de sorrisos.

Sei que sempre que escrevo sobre algo bacana nos meus dias eu insisto de destacar os sorrisos. Mas é assim que funciona comigo. Quando estou bem eu vejo sorrisos por toda parte. Vejo sorrisos nos lábios, vejo sorrisos nos olhares, nos gestos e nos sabores e nos perfumes. Vejo sorrisos iguais aqueles que vi um dia quando fiz mil promessas de um futuro bom. Mais de mil promessas. Foram um milhão no total. Um milhão de promessas de um futuro bom e de um amor que jamais acabaria.

Hoje é também com um sorriso no rosto que eu consigo perceber que minhas promessas não foram falsas, talvez precipitadas.



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