segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Cantar, que bom quando é pra ti!!!!!

Era domingo e o parque estava lotado - de gente, de sorrisos, de sol, de céu azul e de música boa -. No alto falante a loirinha dos cabelos cacheados cantava com sua doce voz uma música antiga que todos ali sabiam acompanhar _ "Cantar (cantar...) Que bom quando é pra ti Ver teu sorriso Também me faz sorrir". 

Os amigos estirados sobre a esteira de palha se deliciavam num coquetel de chimarrão, salgadinhos, balas e pipoca doce. O clima era agradável. A sensação era de paz. Eles não percebiam, mas aquilo era um presente, uma dádiva de Deus. A calmaria do ambiente, dos corações e das almas era contagiante.

Uma mistura infindável de cores, estilos e sabores. Se algum cientista dedicado a estudar sobre as diferenças do ser humano estivesse trabalhando naquele domingo naquele parque teria muito material para analisar ao fim do dia. Quantas raças, quantas graças, quantos crenças. Quantas diferenças. Diferenças que iam desde a cor até o valor. Das almas e dos bolsos. Mas principalmente quantas igualdades. Igualdades nos bons sentimentos, na boa fé, nas boas esperanças que só aquele caleidoscópio de sol com céu azul e verde das árvores e da grama e o branco daqueles sorrisos podia fazer gritar sentidos.

Então a loirinha dos cabelos cacheados que tá lá longe no palco resolve impactar um coração em meio aquela multidão toda, e faz à capela mesmo, como se cantasse para uma única alma, a canção que pra ele sempre traduziu tudo o que um amor em seu estado mais puro quer e pode ser _ Não te trago ouro Porque ele não entra no céu E nenhuma riqueza deste mundo 
Não te trago flores Porque elas secam e caem ao chão
Te trago os meus versos simples
Mas que fiz de coração
Apenas por um segundo ele foi transportado pra longe. Apenas por um segundo não havia mais uma multidão ao seu redor. Apenas por um segundo ele pronunciou essas palavras em voz alta. E por apenas um segundo ela ouviu e compreendeu o que ele quis dizer.
O sol começou a sua viagem pra casa, as sombras foram crescendo, o calor se transformando em uma gelada brisa. Todos se despedem. Um beijo de carinho. Um abraço de até logo. Novos encontros marcados. 
O parque que antes pulsava de vida e risos agora é silêncio. Tal qual como a vida. Mas amanhã o sol volta e com ele as cores e o calor e os sorrisos.

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