sábado, 22 de novembro de 2014

Antes de construir a felicidade certifique-se que tem tudo o que precisa.

Meu tio avô, que assim como meu avô e todos os seus irmãos eu acho, era marceneiro, tinha uma caixinha de ferramentes em seu galpão de trabalho, e quando a gente precisava de alguma coisa podia ir até lá e pegar. Mas "ái de quem" não devolvesse uma ferramenta ou tivesse a infelicidade de bagunçar a sua tão bem organizada caixa de ferramentas de trabalho. Lembro muito bem que o "tio Cirilo" tinha um cuidado imenso com suas ferramentas, era um zelo que demostrava carinho e respeito por aqueles objetos que faziam parte do seu dia a dia e ajudavam no sustento da casa.

Ao pensar nisso me dei conta em que chega um dia em que a gente
se depara com a seguinte situação: Você tem todas as ferramentas para ser feliz. Todas mesmo, não lhe falta nada, nem as ferramentas e nem o material pra construir a felicidade.

Dentro da sua caixinha de ferramentas que levou tantos anos pra ficar assim tão completa e bem cuidada  está uma dose generosa de saúde, item indispensável pra começar qualquer projeto, inteligência em quantidade suficiente pra gerir o andamento da coisa, boa vontade pra fazer acontecer, coragem pra enfrentar as dificuldades, ousadia pras mudanças necessárias durante o processo, uma boa parte de resiliência ainda não usada para todos os recomeços necessários. Ainda tem ali, bem a mão pra ser usado toda vez que for preciso, um tiquim de carisma e até um certo charme, um sorriso fácil, bom humor, sede de coisas novas e um pacote cheio de sonhos e desejos.

Na caixinha de ferramentas também tem os materiais obrigatórios de proteção, pois sabe-se que nenhuma obra importante pode ter início sem a segurança estar em dia. Fé, esperança e otimismo garantem o bem estar durante a construção da felicidade. Armado com esse itens indispensáveis não há risco de acidentes graves.

Tem alguma coisa faltando né? Algo muito importante por sinal.

Como projetar, alicerçar e construir felicidade sem fundamentar tudo isso sobre o amor?

Mas amor não falta, nunca faltou. Sempre foi elemento constante e abundante. E amor do bom, raro por sinal, de excelente qualidade. O que faltou foi saber usar. Por ser o amor algo que não vem com manual de instruções e que tem um funcionamento tão pessoal que não pode ser ensinado de uma pessoa pra outra, ele foi erroneamente aplicado, por vezes de forma exagerada quando se precisava doses pequenas e com menos intensidade, ou quando carecia de quantidades abundantes o amor disponível era pouco e de fraca consistência.

Amor mal usado, mal aplicado, amor em medidas e proporções erradas. Amor despejado em lugares onde não devia. Capaz de estragar qualquer receita, até a da felicidade.

Mas com o passar do tempo vai somando-se a caixinha de ferramentas do "projeto felicidade" a experiência. Tantos fracassos deixam lições e lições se transformam em experiências. E a experiência torna-se a chave de tudo.

Quando chegar o mento certo, a combinação de todas essas ferramentas, todos esses materiais e a utilização da experiência em dosar tudo isso com medidas certas de amor, então estará construída uma felicidade resistente, duradora e completa.


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