Nada é definitivo.
Nem a alegria intensa. Nem a dor em demasia.
O problema é o tempo.
Não o tempo que cura, ou o tempo que demora pra seguir em frente. Mas o tempo que dura essas duas etapas ou situações ou momentos na vida. O tempo que dura a felicidade parece sempre muito menor do que o tempo que dura a dor.
Invariavelmente você se sente assim, mesmo não sendo a verdade absoluta. Sabe porque? Por que na verdade o problema não é o tempo em si ou o quanto dura a felicidade ou a dor, mas sim a intensidade que a gente coloca nesses momentos.
É um grande erro que quase todos cometem, talvez por não perceber, talvez por ser um hábito, talvez por não ter outra forma (eu não descobri ainda como mudar isso), talvez não haja outra maneira mesmo.
Ao meu ver isso tudo é uma armadilha, pois parece ser sempre proporcional, quanto maior a felicidade, maior vai ser a dor no final.
Mas não faz sentido, eu sei, não faz sentido não buscar intensificar os momentos de alegria. A única coisa que sei é que quando acaba, você começa a se cobrar, de maneira injusta eu sei, por ter sido tão feliz.
Não faz sentido.
Nunca faz.
Li há poucos dias um texto do Carpinejar que se chamava "A boa e a má notícia", que falava algo sobre isso, sobre não ter expectativas para não se frustrar, prevenir das decepções, de evitar o sofrimento. Mas ele mesmo conclui que "Diminuir a expectativa é diminuir, consequentemente, a felicidade." Então cabe a cada um escolher se prefere não mergulhar de cabeça em nada, já que pode bater de cabeça numa pedra enorme encoberta pela água, ou mergulhar e descobrir todas as maravilhas do oceano, mesmo sabendo dos seus perigos... Escolher entre o : "Por que que fiz isso?" ou o "E se eu tivesse feito?"
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