quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Uma prece

Ela estava novamente deitada na minha cama. Depois de tantos meses voltou ao lugar de onde jamais deveria ter saído.

Vestia apenas uma regata amarela com a frente branca e alguns detalhes, quem sabe eram caveiras? não tenho certeza, e uma lingerie branca. Deitada de bruços e quela carinha de garota manhosa, rosto colado no meu travesseiro, olhos a me observar, olhar de canto como quem pede pra ser amada.

Eu de joelhos ao pé da cama, olhos vidrados nela. Uma imagem que nunca mais vai sair da minha cabeça.

O corpo moreno fazendo contraste à peça branca, ressaltando o bumbum mais perfeito que a natureza já esculpiu, a regata soltinha estilo moleca deixando à mostra parte dos seios perfeitamente torneados e durinhos.

As tatuagens que eu amava estavam ali, o gato, a linda flor gigante nas costas e ombro, mas agora acompanhadas por uma Pin Up toda poderosa no braço esquerdo.

Minha Deusa havia retornado ao seu altar.

Comecei então minha oração.

Uma adoração dedicada em todos os seus detalhes. Um misto de contemplação e ação.

O Paraíso estava ali à espera para ser redescoberto.

Tantos tons. Tantos sabores. Tantos perfumes. Tantas sensações.

A resposta à minha prece foi quase que imediata. Começou com sussurros baixinhos, esporádicos, começando a subir de tom e intensidade e se tornando constante. Ao final de minha reza àquela Deusa que repousava em seu santuário parecia me observar com o mesmo encantamento que eu sempre tive por ela.

Seria possível um ser supremo, uma Deusa, se fascinar por um pobre mortal como eu? Também acredito ser impossível. Mas naquele momento senti que a devoção era mútua, era recíproca. Senti naquele momento que eu poderia habitar o Monte Olimpo ao seu lado, mesmo desafiando a ira dos outros Deuses.







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